O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta quarta-feira (16) comentários sobre as eleições de 2010 que alimentam os argumentos daqueles que insistem na tese furada de que não há mais diferenciações entre "esquerda" e "direita". O presidente comemorou a possibilidade de as eleições de 2010 não terem nenhum representante de pensamentos "trogloditas de direita".
"Vai ser uma campanha que vai ter um nível muito melhor. E pela primeira vez não vamos ter um candidato de direita na campanha", observou o presidente, ao participar de cerimônia em comemoração pelos 45 anos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
"Se tiver quatro ou cinco candidatos, são todos do espectro de esquerda", raciocinou o presidente, provavelmente referindo-se às candidaturas de Marina Silva (PV), Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Ciro Gomes (PSB) e Heloisa Helena (PSOL). "Uns podem não ser mais tão de esquerda quanto eram, mas não tem problema. A história e a origem dão credibilidade para o presente das pessoas", complementou Lula.
As declarações do presidentre ignoram o fato de que o PSDB é, hoje, o que os analistas qualificam como a "expressão orgânica da direita 'moderna'", hegemonizada não mais pelos coronéis do interior, mas principalmente pela elite financista e os setores reacionários da classe média urbana que encarnam o pensamento liberal-conservador e veem a desigualdade social como mera consequência da meritocracia.
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