terça-feira, 15 de setembro de 2009

No Brasil, a acumulação do capital está diretamente ligada à terra

“Quando a terra esta concentrada, o poder está concentrado. O Brasil não é um país pobre, é injusto, conseqüência dessa estrutura de poder”. De acordo com o Professor Doutor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Carlos Walter Porto-Gonçalves, a realização da Reforma Agrária é fundamental para garantia da democracia no Brasil.

Para o Professor, no Brasil, a luta pela Reforma Agrária assume características essencialmente anti-capitalistas, diferente de muitos países que já realizaram a Reforma Agrária e destaca que a estrutura concentrada do poder e de terra no país tem suas origens na própria formação do Estado Brasileiro. “O Brasil conforma uma sociedade onde a estrutura de poder das oligarquias está extremamente ligada à estrutura de poder do estado. E, desde o início, a estrutura montada para a acumulação do capital está diretamente ligada a terra.”

Sobre o debate da Reforma Agrária na atualidade, o Professor Carlos Walter destaca a questão da territorialidade como um importante elemento para os movimentos sociais de luta pela terra. “Quando falamos que queremos ser reconhecidos pela nossa territorialidade, não queremos só a terra, queremos um sentido determinado de estar na terra, queremos o respeito ao nosso modo específico de estar na terra”.

Em entrevista à Comissão Pastoral da Terra (CPT NE2), o Professor fala sobre a formação do Estado brasileiro, a importância do debate da territorialidade na luta pela terra, dos desafios e de novas perspectivas para o avanço da luta pela Reforma Agrária no país.


Vejam a entrevista completa na Revista Fórum

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