Em julho de 2009, famílias atingidas pela construção da Usina Hidrelétrica de Estreito (MA) montaram acampamento nas portas do canteiro de obras da usina. Só sairiam de lá quando as reivindicações de seus direitos fossem atendidas. Já era o terceiro acampamento que subiam. E lá permanecem até hoje, sem nenhuma perspectiva de solução de seus problemas com relação às indenizações, reassentamentos (de pequenos proprietários, assentados e posseiros) e o reconhecimento de diversas categorias como atingidas (entre elas barqueiros, barraqueiros, pescadores, extrativistas e vazanteiros, que vivem do rio, mas que não possuem propriedade em suas margens a serem inundadas). Permanecem no acampamento vendo e ouvindo histórias de famílias expulsas por meio de despejos judiciais violentos, e sendo pressionadas a aceitarem cartas de crédito que não irão assegurar a aquisição de áreas semelhantes às que vivem hoje. A construção da usina, obra do PAC realizada pelo Ceste (consórcio de empresas responsável pelas obras, entre elas Vale, Alcoa e Camargo Correia), vai atingir 12 municípios: dois no Maranhão (Estreito e Carolina), e dez no Tocantins (Aguiarnópolis, Babaçulândia, Barra do Ouro, Darcinópolis, Goiatins, Filadélfia, Itapiratins, Palmeirante, Palmeiras do Tocantins e Tupiratins). Depoimentos colhidos pela Comissão Pastoral da Terra falam por si. Os nomes foram trocados para evitar mais perseguições. E as declarações estão publicadas do jeito que foram ditas, sem as amarras da língua:
Confira os depoimentos no Blog do Sakamoto.
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