"Na semana passada, uma forte crise nostálgica atingiu a família Frias. Podia ser saudade dos anos 80, época em que a Folha de S. Paulo era chamado de "jornal das Diretas" e tido como um legítimo aliado das lutas democráticas. Mas não. A Folha sentiu saudade foi dos bons e velhos anos 70. E não era vontade de usar costeletas, vestir calças boca-de-sino e dançar Staying Alive. Era a saudade da rigidez viril dos anos de ditadura, quando a Folha era uma maria-caserna tão próxima dos generais que emprestava seus carros para as ações de tortura e morte de "inimigos do regime" praticadas pelos paramilitares da Operação Bandeirantes.
— É chocante a hipocrisia da Folha. Se isso não é censura e um atentado inaceitável à liberdade de expressão, juro que não sabemos o que é. Chega a ser cômico: o mesmo jornal que faz dezenas de editoriais acusando o governo de censura e bradando indignado por ‘liberdade de expressão’ comete esse ato violento de censura — afirmava o site, no seu último comunicado. Que também teve de sair do ar, neste final de semana, porque ate o domínio falhadesaopaulo.com.br acabou congelado no Registro.br por conta da decisão judicial.
A Folha não teve a menor vergonha de apelar para a censura. A advogada do jornal, Taís Gasparian, alegou que a intenção não era censurar o site, mas impedir o uso indevido da marca Folha de S. Paulo. Para o Portal Imprensa, a advogada deu a entender que ainda foi boazinha, pois podia ter pedido multa diária de R$ 100 mil.
Taís Gasparian é a mesma advogada que defendeu o direito da Folha de S. Paulo de publicar fotos do Raí pelado no vestiário do São Paulo ou o direito do colunista José Simao de afirmar que Juliana Paes tinha a bunda grande e não era casta. Na época em que o Macaco Simão foi vítima de censura judicial por conta destas "afirmações polêmicas", Dona Taís disse na própria Folha que a decisão do juiz tratava
"o humor como ilícito e, no fim das
contas, é a mesma coisa que censura".
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