Em Honduras os golpistas usaram a Corte Suprema de Justiça para justificar a ação militar que depôs o presidente constitucional e democraticamente eleito Manuel Zelaya. No Equador os golpistas usaram um protesto trabalhista da polícia para promover a sublevação orientada para criar um vazio de poder que permitisse uma fórmula extra-constitucional de substituição do presidente Rafael Correa.
No primeiro caso, o mecanismo funcionou, o governo dos Estados Unidos foi complacente com o golpe e, finalmente, houve uma transição que foi apresentada como democrática, ignorando a ruptura constitucional e criando um péssimo antecedente para a democracia na região.
Em compensação, no Equador, a firmeza do presidente Correa, a mobilização social em todo o país e o respaldo da comunidade internacional, evitou que se consumasse um golpe de estado, por trás do qual estariam poderosos interesses nacionais e internacionais que, com os mesmos argumentos dos golpistas de Honduras e de setores de extrema direita de outros paises da região, pretendem justificar seus ataques ao sistema democrático.
Já não são os militares os que se apossam do poder como nos anos 70 e 80. Agora usam outros atores institucionais que representam os mesmos interesses. Não é casual que os principais intentos golpistas se concentram naqueles paises que decidiram reformular o modelo neo-liberal ou assumiram propostas democráticas sob o lema do socialismo do século XXI.
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