terça-feira, 5 de outubro de 2010

A crise política do ajuste europeu

Enquanto os sindicatos celebram o Dia Anti-Austeridade na Europa, os neoliberais europeus elevam a aposta:

A maior parte da imprensa descreveu as manifestações e greves europeias de quarta-feira em termos do exercício habitual dos trabalhadores nos transportes a irritarem viajantes com diminuições de velocidade no trânsito e grandes multidões a despejarem sua ira lançando fogos. Mas a história é muito mais profunda do que simplesmente uma reacção contra o desemprego e as condições da recessão económica. Estão em causa proposta da mudar drasticamente as leis e estruturas de como a sociedade europeia funcionará na próxima geração. Se as forças anti-trabalho tiverem êxito, elas fragmentarão a Europa, destruirão o mercado interno e tornarão aquele continente uma periferia. Este é o grau de seriedade do golpe de estado financeiro em curso. E está em vias de ficar muito pior – rapidamente. Como afirmou John Monks, responsável da Confederação Sindical Europeia: "Isto é o começo do combate, não o fim".

A Espanha recebeu maior parte da atenção, graças à sua greve de dez milhões (confirmadamente, a metade de toda a força de trabalho). Ao efectuar a sua primeira greve geral desde 2002, o trabalho espanhol protestou contra o seu governo socialista que utiliza a crise bancária (decorrente de maus empréstimos imobiliário e hipotecas com situação líquida negativa, não de custos laborais elevados) como uma oportunidade para mudar as lei e permitir às companhias e corpos governamentais despedirem trabalhadores à vontade e reduzir suas pensões e despesas públicas sociais a fim de pagar mais aos bancos. Portugal está a fazer o mesmo e parece que a Irlanda se seguirá – tudo isto nos países cujos bancos foram os prestamistas mais irresponsáveis. Os banqueiros estão a exigir que reconstruam suas reservas para empréstimos a expensas do trabalho, tal como no programa do presidente Obama aqui nos Estados Unidos, mas sem disfarces hipócritas.


O texto, original do Resistir.info , mas visto no blog do Luís Nassif .

Um comentário:

José Elesbán disse...

Isto é que fabricação de crise.