O ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia (PTB), está envolvido no escândalo do mensalão tucano e emprestou R$ 500 mil ao senador Eduardo Azeredo (PSDB), de quem não cobrou e nem vai cobrar a dívida. São fatos conhecidos e que provavelmente farão parte da denúncia do Procurador-Geral da República. Nada disto, porém, justifica o tratamento dispensado ao ministro em uma "reportagem" da Folha de S. Paulo deste domingo. Com o título "Walfrido agrega a seus bens R$ 23,5 mi nos últimos 2 meses", o jornal conta na matéria que ao abrir o capital da empresa de educação da qual é sócio – a rede Pitágoras –, o ministro conseguiu levar esta bolada para casa.
Ora, não há ilícito algum na operação e se a Folha julga que o fato é relevante do ponto de vista jornalístico, deveria ter publicado no caderno Dinheiro e não no noticiário político. Mas é interessante notar que o diário da Barão de Limeira não tem publicado reportagens sobre o valor "agregado" por sócios de empresas que abriram o capital recentemente. Via de regra o que se publica é o resultado deste tipo de operação do ponto de vista da empresa e não dos sócios ou proprietários. Assim, fica evidente a intenção de insinuar, especialmente no título, que o ministro Walfrido está envolvido em mais alguma falcatrua.
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