quinta-feira, 6 de março de 2008

Cientistas dos EUA querem instalar câmeras em insetos


Cientistas americanos estão pesquisando a criação de insetos espiões biônicos, implantando mecanismos de controle e vigilância nestes insetos quando ainda estão na fase de larva.

A Agência de Projetos em Pesquisa Avançada do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (Darpa, na sigla em inglês), que já tinha pesquisas com implantes de micro-câmeras e mecanismos de controle de movimentos em ratos, aves e tubarões, concentrou seus últimos projetos em insetos.

Segundo artigo publicado na revista New Scientist, os insetos se misturam ao ambiente mais facilmente e são mais ágeis durante o vôo.

O Projeto de Sistemas Mecânicos Microeletrônicos para Insetos Híbridos (HI-MEMS, na sigla em inglês) visa transformar em miniatura toda a tecnologia necessária para ser acoplada ao corpo de insetos voadores.

Durante seu desenvolvimento, a maioria dos insetos voadores (incluindo mariposas e besouros) passa por uma metamorfose, um estado de crisálida (ou pupa).

Neste estágio, enzimas dissolvem a maior parte do tecido que existia na fase de larva e o inseto é reconstruído.

O projeto HI-MEMS visa incorporar sistemas artificiais de controle nestes insetos, inserindo dispositivos durante o estágio de pupa.

Novos órgãos

A idéia deste projeto é que, enquanto os novos órgãos e tecidos dos insetos se desenvolvem, eles vão criar conexões fortes e estáveis entre os dispositivos e os tecidos musculares ou nervosos. Os dispositivos de controle então se transformariam em partes do corpo do inseto adulto.

Os pesquisadores do projeto HI-MEMS fabricaram sondas ultrafinas - algumas centenas de micrômetros de largura (1 micrômetro equivale à milionésima parte do metro) - de plástico flexível, com traços de metal para completar as conexões elétricas.

Apesar de a pesquisa do Departamento de Defesa americano estar cercada de sigilo, alguns detalhes puderam ser vistos em um vídeo exibido numa conferência em Tucson, no estado do Arizona, em janeiro.

As imagens foram gravadas no Instituto Boyce Thompson em Ithaca, Nova York. A equipe de cientistas implantou sondas de plástico flexíveis em uma crisálida de um tipo de mariposa antes que o inseto adulto emergisse.

Os músculos relativos ao vôo desta mariposa adulta respondiam a estímulos vindos desta sonda, que controlavam a velocidade e direção do vôo.

Besouros

Outro grupo financiado pelo Projeto em Pesquisa Avançada do Departamento de Defesa dos Estados Unidos implantou eletrodos no cérebro de um tipo de besouro, já adulto, perto de neurônios que controlam o vôo destes insetos.

Quando a equipe da Universidade de Berkeley, Califórnia, enviou pulsos de voltagem negativa ao cérebro do inseto, os músculos das asas do besouro começaram a se mover e o inseto começou a voar.

Um pulso de voltagem positiva fechou as asas do inseto e o besouro parou de voar. A rápida mudança entre estes sinais elétricos controlava o impulso e decolagem do besouro.

O objetivo do projeto Darpa é criar um inseto biônico que possa voar a pelo menos 100 metros de distância do controlador, pousar a cinco metros de um alvo e permanecer no local até receber o comando de retornar.

Um comentário:

José Elesbán disse...

Bastante dinheiro dos contribuintes e keynesianismo torto.