Quem viu Gomorra no festival do Rio - o filme foi também selecionado para representar a Itália no prêmio Oscar e ganhou o Grand Prix do juri do festival de Cannes e será exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo - sabe que o diretor, Matteo Garrone, escolheu um estilo completamente diferente do mais clássico dos filmes sobre mafiosos, O poderoso chefão de Francis Ford Coppola.
Hiper-realista, impiedoso, em Gomorra os mafiosos da Camorra não são apresentados como heróis ou personagens simpáticos. A fotografia é sombria como os corredores do enorme bloco de apartamentos dominado pelo "sistema" dos camorristas. Nápoles, geralmente representada no cinema com uma série de lugares-comuns (a pizza, o Vesúvio, O sole mio) não aparece. Só se vê a sua periferia pobre, decadente, triste, sem esperança. Outro toque de gênio cinematográfico de Garrone foi a escolha dos atores, quase todos habitantes dos bairros dominados pelo "sistema".
O texto continua no Terra Magazine.
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