Há, em um de seus estudos sobre a política (Ética a Nicomaco), afirmação de Aristóteles que causa espanto no primeiro momento: a amizade é mais importante do que a justiça, porque onde houver amizade, a justiça já está feita. Ao contrário de seus predecessores, o grande filósofo não deixava a inteligência solta: amestrava-a com rigorosa lógica. A amizade, ou solidariedade, na melhor tradução contemporânea, é a própria razão da vida social. Só a solidariedade pode promover a isonomia, a equalização (isasthenai) das pessoas, normalmente desiguais. Dessa igualdade, que a solidariedade estabelece, se nutrem a teoria e a prática da República.
A coisa pública não é apenas o conjunto de bens materiais, mas, também, das ideias e sentimentos comuns, a que chamávamos pátria. O que serve de continente à solidariedade é a consciência de que o bem, objetivo da ética política, só pode ser obtido nessa troca de confiança mútua. Fonte: JB. Continue a leitura aqui.
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