Esta segunda-feira, dia 17 de março, será uma data chave na crise que se abateu o mercado financeiro norte-americano. A depender da reação dos atores econômicos ao "pacote" anunciado na noite de domingo pelo Federal Reserve (o banco central dos EUA) e que inclui corte 0,25 ponto percentual na taxa de redesconto, além de mais uma ajuda de US$ 30 bilhões para ajudar a resgatar instituições financeiras em risco de quebrar, será possível saber se a crise vai se agravar ou se o Fed conseguiu acalmar um pouco os ânimos. É evidente que a crise é grave e suas consequências não vão simplesmente cessar de uma hora para outra, mas o fato é que o pessoal do Federal Reserve está trabalhando com afinco para evitar uma nova Crise de 29 ou algo semelhante. Muita gente já reparou, inclusive, que a ação do Fed e do governo americano de um modo geral está fugindo do script dos ideais do liberalismo econômico tradicional, tão arraigado na cultura americana. A rigor, na hora que a coisa apertou, é a mão pesada do Estado que foi usada para tentar socorrer as maluquices feitas na esfera da iniciativa privada. No passado, isto se chamava "socialização dos prejuízos", mas o termo certamente já saiu de moda...
A hipótese mais crível ainda é a de que o Fed consiga evitar o agravamento dos problemas, tamanho o seu poder de intervenção. Porém, em breve alguém vai pagar a conta dos prejuízos, até aqui calculados em alguma coisa entre R$ 200 bilhões e R$ 600 bilhões. Não é pouca coisa. Como escreveu Paul Krugman em seu último artigo no The New York Times, se até pouco tempo atrás a idéia dominante entre os analistas políticos dos EUA era a de que os principais problemas do próximo presidente americano seriam a guerra no Iraque e o sistema de saúde local, hoje esses dois temas poderão ser questões menores para quem vier ocupar a Casa Branca após as eleições de novembro...
Do Blog Entrelinhas.
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