A afirmação foi feita por dois militantes comunistas norte-americanos ao jornal Avante!, do Partido Comunista Português, em entrevista publicada nesta quinta-feira (25), sobre o exaustivo estudo que os dois fizeram em um livro dedicado às causas da derrota do socialismo e à desagregação da URSS, malogro que significou uma perda incalculável para os trabalhadores e povos oprimidos de todo o mundo.
Leia a seguir a íntegra da entrevista.
Desde quando e porquê se interessaram pela investigação das causas da derrota do socialismo e do colapso da União Soviética?
Thomas Kenny – Tanto eu como o Roger considerámos os acontecimentos entre 1989 e 1991, o colapso do socialismo europeu, como um desastre titânico. Após 1991 pensámos que a história do socialismo suscitaria o interesse de muitos investigadores e que haveria uma avalanche de publicações sobre o assunto. Mas enganámo-nos, não houve nada, apenas silêncio. Apesar de este não ser o campo de trabalho de nenhum de nós, decidimos especializar-nos nesta área para fazer a investigação, lendo toda a literatura que encontrámos disponível. Trabalhámos durante quatro anos, entre 1991 e 2004, ano em que publicámos o livro nos Estados Unidos com as conclusões do estudo.
Mas o que nos levou realmente a tentar determinar as causas do colapso foi o fato de a teoria em que acreditamos não "autorizar" tal situação. O colapso do socialismo estava em contradição com tudo aquilo em que acreditávamos. Nunca pensámos que fosse possível destruir o socialismo, antes pelo contrário acreditávamos firmemente que o socialismo iria desenvolver-se e crescer continuamente.
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Um comentário:
Achei a entrevisita dos pesquisadores bem fraquinha. Talvez o livro seja melhor.
Eles falam pouco da sociedade soviética, e muito das lideranças, e assim ficam parecendo historiadores que gostam de falar das grandes figuras políticas, e de como eles determinam a história.
Para quem acredita em materialismo dialético, eles falam muito em líderes políticos e pouco em povo, e na verdade também falam pouco em base material e econômica.
Eles ficam dizendo, o sistema era muito bom, mas foi sabotado. Bom, se era muito bom, deveria ter sido impossível sabotá-lo.
Como eu disse, talvez o livro seja melhor, mas certamente, a julgar pela entrevista, ainda não será a obra definitiva sobre o naufrágio da União Soviética.
Nem uma palavra sobre psicologia humana, nem uma palavra sobre campos de reeducação ou de trabalhos forçados, enfim pouco sobre o custo humano do empreendimento e da sua manutenção.
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