sábado, 10 de abril de 2010

Algumas observações sobre bolsa-família

Uma das coisas que me irritam muito é ver gente criticando o bolsa-família enquanto demonstra que não sabe nem do que se trata, como a nova primeira dama de São Paulo fez. Pior, desconhecem tanto a pobreza do país que passam a supor que a vida classe média que têm é igualzinha para pobres/miseráveis.

Detesto o discurso “não gosto de dar o peixe ao invés de ensinar a pescar”. O subtexto é que ensinar a pessoa a trabalhar é mais importante do que mantê-la nutrida e saudável, preparada para aprender qualquer outra atividade. No entanto, quem defende essa lógica são as mesmas pessoas que NÃO ensinam a pescar: querem funcionários de confiança e com experiência, mas não dão oportunidades para primeiro emprego, desrespeitam a legislação trabalhista, contratam gente que mora perto pra economizar na passagem de ônibus...Leia mais no saite de Cynthia Semíramis.

2 comentários:

Elpydio disse...

É isso. Qualquer crítica ao BF devia ser respondida pelo seu repórter com a pergunta: "Mas o sr./a sra. conhece o BF? Sabe como funciona? Sabe algo a respeito de valores, condicionalidades, etc.?" Do contrário, é uma crítica vazia, que só vale mesmo para dar títulos e manchetes, e não para informar.

José Elesbán disse...

"Claro que já vi e ouvi gente dizendo que vai ter filhos porque o bolsa-família ajuda a criar. Curiosamente, todo mundo que me falou isso era classe média (ou seja, tem renda muito mais alta que o exigida pro bolsa-família) e era homem (em nossa sociedade, trata-se de alguém tradicionalmente mais interessado em se reproduzir do que cuidar dos filhos ou planejar orçamento). Basta ver os valores e requisitos para o bolsa família pra perceber que mesmo a bolsa-família é pouco pra criar um filho. E se a pessoa não entende que esses valores são pouco para se ter uma vida digna, atenção: trata-se de alguém que não tem a menor noção de custo de vida e, portanto, não é confiável pra falar sobre esse assunto."

:)