quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Erótica em pastilhas: pílula azul ou rosa?

Reduzir o desejo sexual ao nível biológico e medicá-lo. Analisamos este modelo de sexualidade depois da não comercialização do "viagra feminino".

ANA G. MAÑAS Y J. LEJÁRRAGA (sexólogos)

A medicalização é o processo pelo qual problemas não médicos se definem e são abordados como problemas médicos, geralmente em termos de enfermidade e transtornos, através da linguagem, marco teórico e intervenção. Nos últimos tempos, processos básicos de "sexuação"(NT), como a calvície, a síndrome premenstrual e a menopausa tem sido vistos como enfermidades que necessitam tratamento.

Segundo documenta com rigor Ray Moynihan em Sex, Lies and Pharmaceuticals (2010), a indústria farmacêutica tem ampliado os limites do que cabe entender por enfermidade, enganando os mecanismos de legitimação científica até o ponto de fomentar a criação de enfermidades dpois da existência de um fármaco que trataria os supostos sintomas. Investigado como medicamento para a angina de peito por sua função vasodilatadora, em 1998 o Viagra é comercializado como facilitador da ereção, restrito a homens maiores de 60 anos com diabetes ou problemas de próstata. Prontamente as companhias farmacêuticas ampliam seu público a quase qualquer homem que tenha tido alguma vez dificuldades de ereção, convertendo-o implicitamente numa droga recreativa.

Vejam o texto original em DIAGONALweb  e uma tradução livre no blog NEBULOSA.DE.ÓRION

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